Dança no poste está deixando de ser apenas um exercício de sedução para ganhar status de esporte
Ricky Hiraoka | 23/11/2011
Sessão na Vertical Fit: aulas por 120 reais
Jonas Tucci
As portas para eles estão abertas na Vertical Fit, no bairro da Saúde, e em vários outros endereços na capital. “A galera se empolga quando vê o resultado rápido da malhação”, diz Mari Silva, instrutora e proprietária da academia. “Em apenas três meses já dá para sentir os primeiros resultados.” No grupo que se dedica à modalidade no local, há sete homens, o equivalente a quase 10% da turma. Um dos pupilos é o fisioterapeuta Alberto Ko. “Queimei boa parte da minha barriga nos últimos meses”, conta ele, que está tentando convencer os amigos a embarcar na mesma onda. “Está um pouco difícil, pois muita gente ainda acha que isso é uma coisa feminina.”
Em geral, uma aula dura uma hora e custa entre 120 e 180 reais. O praticante gasta cerca de 450 calorias por sessão, o que equivale a uma caminhada de sessenta minutos na esteira. Antes de iniciarem as séries na barra, os aprendizes simulam os movimentos. Somente após essa introdução começam a executar as tarefas mais pesadas. “Todo o cuidado é pouco para evitar contusões”, afirma Alessandra Telles, dona da Escola Internacional de Pole Dance (EIPD), na Vila Mariana. Alguns endereços criaram módulos sob medida para gente que não está acostumada a fazer atividades físicas. “Até os mais sedentários podem tentar”, jura Alessandra. A prática só é vetada para pessoas com labirintite e histórico de problemas na coluna. Um dos alunos da EIPD, o administrador de empresa Rodrigo Leme chegou à escola há três meses com o objetivo de definir ainda mais os músculos do corpo. “Puxo ferro há dez anos e estava cansado disso”, diz. “Encontrei aqui uma atividade mais lúdica, sem falar que fico cercado de mulheres.”
O negócio está ficando tão sério na metrópole que começa a ganhar corpo um circuito de competições. Em agosto, ocorreu o I Campeonato Paulista de Pole Dance. O vencedor da modalidade masculina foi Renato Siqueira, que treina na Escola de Pole Dance Renata Wilke, na Vila Madalena. No exterior, a modalidade é bastante difundida nos Estados Unidos e em vários países europeus. Um dos maiorais do circuito da Alemanha é Carlos França, um brasileiro de 31 anos. Ele está de passagem por aqui para ministrar workshops do esporte em vários locais da cidade. “Mostro para a galera que é preciso ser muito macho para se segurar no alto de uma barra de ferro”, brinca.
Fernando Moraes
A professora Alessandra e seu aluno Rodrigo: músculos definidos de forma lúdica
As características da nova modalidade
Duração de aula: uma hora
Consumo de energia: 450 calorias em média, o que equivale a caminhada de uma hora em ritmo rápido na esteira
Músculos que trabalha: no nível básico, abdômen (que sustenta o corpo nos giros), costas e braços (bíceps e tríceps); no estágio mais avançado, o aluno começa a exercitar também os músculos da perna, já que passa a fazer os primeiros movimentos para subir e se sustentar na barra e nas inversões
Outros benefícios: melhora da flexibilidade e da postura corporal
Restrições: pessoas que sofrem de labirintite e de problemas na coluna devem procurar o médico antes de se inscrever nas aulas
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